Durante os dias 24 e 25 de outubro de 2024 a NOVA School of Business and Economics (NOVA SBE) foi o palco de um dos principais eventos focados no debate de temas da atualidade sob múltiplas perspetivas, as Conferências do Estoril de 2024, organizadas pela NOVA SBE e NOVA Medical School, em parceria com o Digital Data Design Institute de Harvard.
O evento contou com mais de quatro mil participantes e 80 oradores nacionais e internacionais que se juntaram para refletir sobre sustentabilidade, alterações climáticas, promoção da paz, saúde, igualdade de género, economia e o futuro da tecnologia, em torno do tema “Time To Rethink“.
Neste segundo artigo poderá encontrar a cobertura da FRONTAL de múltiplas palestras que ocorreram na segunda metade do primeiro dia do evento.
How can we disagree better | Como podemos discordar melhor
Cobertura por Pedro Ribeiro
Tomás Magalhães, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
Para o Tomás Magalhães, a viagem metafórica do seu projeto começou com uma viagem literal. Segundo o próprio, fez esta viagem para conhecer o mundo, mas também para viajar por si mesmo. Um certo dia, estava aborrecido a ver televisão e lembrou-se, “Porque não salvar o mundo?”. Daí nasceu o Despolariza. Uma procura por quebrar as barreiras que cada vez mais se erguem entre as pessoas e dificultam e escalam discussões a toda a hora, não só virtualmente, mas cada vez mais com impactos no mundo real.
Ao estilo de palestra, deixou-nos os seus 5 pontos para discordarmos de forma mais construtiva.
1. Ouvir para compreender, não para responder.
2. Falar mais em questões do que em afirmações.
3. Reconhecer os pontos em que se concorda, antes de criticar.
4. Focar na mensagem, não no mensageiro.
5. Assumir as melhores intenções.
Não temos aqui apenas uma lista, mas toda uma forma de pensar, agir e interagir. Por onde começar então? A sugestão do nosso orador é começar por perceber o quão insignificantes somos, no meio de uma infinidade de universo que nos rodeia. Somos inacreditavelmente pequenos no espaço e absolutamente insignificantes no tempo. Se nos deixarmos imergir nisto percebemos: a contemplação cósmica ajuda a despolarizar.
Em contraponto, mesmo que sejamos objetivamente insignificantes, da perspetiva subjetiva, cada segundo e cada conversa são essenciais. Como podemos discordar, então?
Compreender a lotaria genética e social. Se pensarmos sinceramente, nós podíamos ser qualquer outra pessoa, se apenas o ambiente à nossa volta mudasse. Não escolhemos a nossa herança genética, o sítio onde nascemos, as nossas heranças culturais, os nossos pais, irmãos… entender como esta lotaria nos constrói é uma ferramenta essencial para construir empatia.
Por fim, no que toca a compreender os outros, não podemos simplificar. Não podemos fingir que vivemos num espetro político unidimensional, ou até mesmo bidimensional. Cada pessoa e cada posição tem uma complexidade inerente que não se pode simplificar a um gráfico de duas dimensões. E se a nossa sociedade tem uma salvação em relação a isto tudo, é ensinando as próximas gerações a saberem discordar.
Can We Shift the Criminal Paradigm | Como alterar o paradigma criminal
As sombras infinitas do submundo
Cobertura por Pedro Picoito

Mariana van Zeller, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
Mariana van Zeller, jornalista de investigação premiada e correspondente da National Geographic, dedica a sua vida a cobrir os mercados negros há mais de vinte anos. Nas Conferências do Estoril, trouxe-nos um bocado daquilo que já faz com o seu trabalho. Acompanhada de alguns curtos vídeos retirados da sua série Trafficked, contou-nos histórias reais de pessoas reais, procurando humanizar aqueles a que chamamos apenas de criminosos.
Confessou que se sentia uma sortuda por ter um trabalho que reúne muito daquilo que adora: aventura, contar histórias por contar e poder ir a sítios inacessíveis a muitos. O risco associado por vezes têm consequências e a jornalista recordou quando ficou presa no Níger devido a um golpe militar.
Apesar da maioria das operações acontecerem a milhares de quilómetros da Europa, van Zeller relembrou que estas têm um impacto real nas nossas vidas, financiando atividades terroristas com o objetivo de atacar o Ocidente. Abordou ainda a forma como ser mulher impacta o seu trabalho. Considera a empatia como a característica feminina que os homens deviam procurar mais desenvolver. Referiu também a frequência com que se encontra em situações nas quais é a única mulher à mesa, rodeada de vários homens armados.
Numa frase, a palestra de van Zeller condensa-se nas palavras que proferiu: “As escolhas são tão boas quanto as opções disponíveis”.
What lies ahead: a new era for geopolitics and trade | O que está por vir: uma nova era de geopolítica e comércio
Cobertura por Afonso Borges

Jeongmin Seong, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
Numa conferência sobre o futuro da economia global, seria já de esperar que argumentos não seriam poupados para nos convencer de que estamos, mais uma vez, “à beira de uma nova era.” Desta vez, quem comandou a sessão de alertas e metáforas sísmicas foi Jeongmin Seong, partner da consultora Mckinsey em Seoul, Coreia do Sul, que iniciou a sua palestra recordando-nos de todos os terremotos recentes: inflação em alta, a pandemia, a ascensão da GenAI e, claro, conflitos que parecem desafiar qualquer desejo por estabilidade.
Seong fez uma comparação interessante: a era passada, que parecia um crescente contínuo de globalização e crescimento, está já atrás de nós. No seu lugar, entrámos num período de “crescimento baixo e tecnologias que imitam humanos.” Por distópico que aparente ser, é a estranha nova realidade com que nos deparamos. A globalização, alertou, está com problemas sérios. A quantidade de exportações globais, o indicador-mor de um mundo conectado, está praticamente estanque há mais de uma década. Quem ainda mantém a engrenagem a funcionar são as economias asiáticas, com o Médio Oriente e a América Latina preenchendo lacunas estratégicas de energia e alimentos.
É, então, lançada a pergunta de milhões: estamos ou não num ponto de inflexão? Com a “distância geopolítica” entre parceiros comerciais em decrescendo, Seong sugeriu que o mundo está a experimentar uma forma de cooperação tensa, onde 17% do comércio ainda ocorre entre países com elevadas divergências geopolíticas. Por outras palavras, as tensões geopolíticas têm sido relativamente ignoradas no que toca a boa parte do comércio exportativo internacional. Por força da necessidade que a arquitetura do comércio mundial impôs, tais cooperações não podem parar. Ou podem, mas as suas consequências seriam catastróficas/catalíticas para o modo de vida ocidental a que nos habituámos a ter. Assim, Seong defende a necessidade de desenvolvermos “músculo geopolítico” — basicamente, aprender a cooperar (pelo menos quando necessário) antes que o próximo “terremoto” geopolítico aconteça. Como podemos fazer crescer esse músculo? Seong fechou a palestra com uma série de conselhos para o fazer. Chamou a atenção para o conceito de insight edge: a importância das nações saírem das suas bolhas, visitarem outras culturas e estabelecerem diálogos diretos. Em resumo, o mundo precisa de conexão e cooperação, talvez até com um pouco de pressa — porque, a este ritmo, o próximo sismo global parece apenas uma questão de tempo.
How great companies deliver both purpose and profit | Como grandes empresas conseguem proporcionar um propósito e lucro
Cobertura por André Martins

Alex Edmans, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
Alex Edmans, Professor de Finanças na London Business School, autor do livro Grow The Pie: How Great Companies Deliver Both Purpose and Profit, explica-nos como as empresas devem repensar a forma como funcionam, para ambicionarem um propósito pró-social que seja, simultaneamente, a melhor forma de gerar lucro a longo a prazo.
Devemos ver as empresas como gráficos de pizza (pie charts, em inglês). A “pizza” corresponde ao valor da empresa, que pode ser dividido pelos investidores e pela sociedade. Se víssemos a pizza como tendo um tamanho fixo, a única forma de aumentar o seu valor para os investidores, isto é, aumentar o lucro, seria retirar do valor que se dá à sociedade. Martin Shkreli, um investidor norte-americano, tinha precisamente esta perspetiva: com a sua empresa, Turing Pharmaceuticals, adquiriu numerosos medicamentos, exclusivamente para aumentar os seus preços, com o objetivo de gerar o máximo lucro possível. Por exemplo, a pirimetamina (um antiparasitário), com um custo de 13,5 dólares americanos, foi aumentado para 750 dólares após a sua aquisição pela empresa, o que lhe permitiu auferir lucros tremendos de uma forma extremamente reprovável do ponto de vista ético. Isto é, na sua perspetiva, a única forma de aumentar o lucro: tirar o valor que se fornece à sociedade. Naturalmente, foi condecorado pela sociedade com o galardão “Homem mais Odiado da América”, e condenado a 7 anos na cadeia e a uma coima de 70 milhões de dólares.
Inverter a distribuição da pizza (mais valor para a sociedade e menos valor para os investidores) também não é viável, porque os lucros têm uma importante função na sociedade. Assim, Alex Edmans defende a necessidade de pensarmos nesta “pizza” de uma forma diferente, menos estática nas suas dimensões. Um excelente exemplo surgiu em 2007, quando a Vodafone lançou o serviço M-PESA, uma aplicação financeira. A empresa reparara anos antes que os cidadãos do Quénia transacionavam entre si minutos de comunicação móvel como moeda. Surgiu, assim, a ideia de criar um serviço, disponível nos telemóveis, que permitisse a transferência de dinheiro, evitando-se as transações de minutos móveis. Na época, 15 milhões de quenianos não dispunham de conta bancária, dependiam exclusivamente de dinheiro físico, que pode ser contrafeito, extraviado ou furtado. O serviço M-Pesa foi verdadeiramente transformador para os cidadãos do Quénia: nos primeiros 7 anos, mais de 200 mil famílias saíram da situação de pobreza. O M-Pesa foi criado por uma empresa para resolver um problema social, e não para gerar lucro. Com efeito, a monetização do serviço nunca foi uma prioridade. Todavia, ao criar valor para a sociedade, a empresa fez crescer a dimensão da “pizza” e aumentou os seus lucros, porque permitiu aos seus clientes gerarem mais riqueza e, por consequência, despenderem mais dinheiro com aquele serviço.
Servir a sociedade não é apenas importante do ponto de vista moral e ético, é também importante do ponto de vista económico e financeiro. As motivações das boas empresas devem transcender os objetivos financeiros, e centrar-se, sim, em tornar o mundo melhor. O lucro virá, frequentemente, de fontes inesperadas. No caso da Vodafone, ao contribuir muito positivamente para o desenvolvimento socioeconómico do Quénia, obteve grandes lucros com os seus clientes.
E como é que as empresas podem pôr em prática o conceito de “fazer crescer a pizza”? Bom, para isso é necessário encontrar um propósito. Questionar-se-á, e bem, o leitor: mas o que é, concretamente, o propósito? Ora, para Alex Edmans, o propósito responde às seguintes três questões: Quem é que a empresa serve? Qual a sua razão para existir? Que papel desempenha no mundo? Dissequemos, então, o conceito: o propósito é sobre servir, e não sobre gerar lucros. Os lucros, apesar de importantes, são o resultado do serviço à sociedade, não devem ser o objetivo per se. O propósito é também sobre foco, a empresa não poderá resolver todos os problemas do planeta, mas deve focar-se nos três ou quatro em que pode deixar uma marca benéfica.
Para compreendermos qual deve ser o nosso foco, devemos questionar-nos: “O que está na minha mão?”. A Vodafone percebeu que poderia aplicar os seus conhecimentos, sobre transferência de mensagens de texto, nas transferências monetárias. Foi essa a razão para se focarem no problema da inclusão financeira, em detrimento de outros desafios que o mundo enfrenta. Se pensarmos no conceito do Propósito enquanto aplicação da nossa perícia, então qualquer empresa, grande ou pequena, ou qualquer indivíduo, em qualquer posição hierárquica numa empresa, pode ter um papel determinante. Qualquer um pode usar o que está na sua mão, para tornar o mundo melhor. Vejamos o exemplo do próprio Alex Adams, quando iniciou a sua carreira profissional, inicialmente como analista para um banco de investimentos: acreditara que não tinha nada na sua mão, porquanto ninguém trabalhava para si. Mas rapidamente se apercebeu de que essa crença era incorreta. Muitas pessoas trabalhavam para si: os informáticos, os secretários e os designers gráficos. Reparou também que muitos analistas gritavam com os designers gráficos por não fazerem exatamente o que pretendiam. Alex decidiu adotar uma abordagem diferente, agradecendo sempre que recebia um bom trabalho dos designers. Como trabalhava num escritório aberto, os seus colegas podiam ouvi-lo e, curiosamente, muitos começaram também a agradecer aos designers quando recebiam bons trabalhos. Naquele piso, naquele banco, as pessoas começaram a tratar-se com mais simpatia.
Muitas vezes pensamos em nós como se fôssemos termómetros, refletimos a temperatura em nosso redor. Mas devemos estar cientes de que podemos ser um termostato e influenciar a temperatura. Mesmo quando estamos em posições mais baixas numa empresa, podemos fazer a diferença! Não perguntemos “Quanto dinheiro posso gerar?”, perguntemos antes “quanto valor posso criar?”.
Will AI kill creativity | Irá a IA vai acabar com a criatividade
O futuro da música
Cobertura por Pedro Picoito

Derek Ali e Jen Stave, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
Derek Ali, engenheiro de mistura musical, fundador e CEO da EngineEars, que já trabalhou com Kendrick Lamar e SZA e teve como mentor Dr. Dre, veio às Conferências do Estoril falar do futuro da indústria musical na era da Inteligência Artificial, numa palestra moderada por Jen Stave, diretora executiva do Digital Data Design Institute de Harvard. Começou por declarar que “com o caos, vem a oportunidade”, ao referir-se aos tempos atuais de grande desenvolvimento da IA. No entanto, assegurou que não iríamos assistir a uma tomada de poder pela IA, mas seriam antes os humanos a autorizar e possibilitar a IA, com a vantagem de poderem gerar maior receita de forma mais célere e com menos trabalho.
Stave partilhou que tinha colocado o filho em aulas caras de violino, pelo que perguntou a Ali, em tom jocoso, se devia continuar a pagar pelas aulas no advento da IA, que permite fazer música sem saber tocar qualquer instrumento. Ali devolveu que continua a fazer sentido investir na formação convencional, mas que devemos preparar os artistas para aquilo que será o futuro da indústria. “Se eu tivesse as ferramentas de IA ao crescer, ter-me-ia tornado quem sou muito mais rápido”, adicionou.
À pergunta “Será que a indústria, daqui a cinco anos, se vai assemelhar ao que é agora?”, Ali respondeu que a mudança já estava neste momento a acontecer, com canções completamente geradas por IA a marcar presença nas tabelas da Billboard. Ali retratou a “disrupção completa” como algo positivo para a indústria, uma vez que democratiza e evita gatekeepers, abrindo mais oportunidades.
Depois do diálogo com Jen Stave, Derek Ali passou a uma parte mais prática, onde demonstrou a criação de canções através da IA. Introduzia uma indicação no programa e este gerava uma canção de acordo com ela, que soava de facto humana. Apesar de as letras serem pouco elaboradas e recorrerem ao cliché, a voz e a produção não destoavam daquilo que podemos encontrar no catálogo de artistas humanos e reais. A primeira indicação foi “uma canção de amor sobre Portugal, em fado e em português”. O sotaque era claramente português e as inflexões e a textura da voz eram deveras típicas do fado. Já mais à vontade depois desta primeira demonstração, Ali divertiu o público com uma canção sobre o Presidente Marcelo e outra sobre o Reitor da Nova SBE, Pedro Oliveira. Para Ali, a grande vantagem deste software é ser uma ferramenta que proporciona inspiração aos artistas, combatendo o “bloqueio de escritor”. Foi nesta nota que Ali terminou a sua palestra, ao garantir-nos que a IA é um potente instrumento que potencia a criatividade e é também um grande motor de mudança na indústria musical.
Is the future economy built on AI | Será a economia no futuro sustentada por IA
Cobertura por Sara Sousa

Robert Seamans, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
No decorrer da história, novas invenções refletiram, consecutivamente, um crescimento económico e, como tal, nesta conferência o orador Robert Seamans explorou a temática envolvente das grandes tecnologias e do seu poder econômico. Desde o processo de adoção até ao de adaptação, as grandes invenções levam o seu tempo a demonstrar produtividade nas empresas, dado que estas não são “plug and play”. Isto implica um investimento em ativos complementares que se personalizam individualmente de acordo com as necessidades da empresa.
Através de um exemplo prático, as mãos robóticas utilizadas em fábricas apresentam não só estes ativos complementares de acordo com as suas funções, mas também softwares e sensores digitais reguladores do desempenho da máquina, tornando estes investimentos dispendiosos. No entanto, de forma a manter todo este ecossistema fundamental é necessário valorizar o capital humano que anda de mãos dadas com o conhecimento do domínio e o conhecimento técnico da área que permite operar estes sistemas.
Seamens procurou identificar no ponto de coesão destes mesmos conhecimentos as pontuações de ocupação a serem mais afetadas pela inteligência artificial. Para isto, o orador analisou diferentes tipos de funções da inteligência artificial, habilidades necessárias e profissões atuais e correlacionou-as com pontuações de ocupação. Estes pontos foram então equacionados a fatores salariais e educacionais que levarão à conclusão de que quanto maior forem estes fatores mais expostas estão as áreas aos avanços tecnológicos.
Em suma, foi possível concluir que o futuro da economia é construído sobre a inteligência artificial, mas também no capital humano que deve ser valorizado e reconhecido pelos líderes e as suas políticas.
How to drive change in the age of AI | Como impulsionar mudanças na era da AI
Cobertura por Sara Sousa
Michael Sheldrick, dia 24 de outubro de 2024 nas Conferências do Estoril | Créditos de imagem: Boa Onda Produções
As ideias são o ponto de partida para a ação e Michael Sheldrick demonstrou-nos na prática através da criação de Global Citizen, uma organização responsável por incentivar milhares de pessoas a agir e possibilitar a mobilização de milhões de dólares para pessoas em situações de pobreza extrema. Numa era marcada pela ascensão da inteligência artificial, Michael conta-nos como é possível otimizar a produtividade e ser mais eficaz na sua missão.
No entanto, enquanto debatemos sobre esta tecnologia, uma em cada três pessoas não tem acesso a eletricidade estável e um dos maiores focos do orador é agir pelo continente africano. Para realizar a sua missão, Sheldrick aponta para o investimento na criatividade, nomeadamente, na indústria musical, cujo impacto económico tem ascendido nos últimos tempos. Tendo como parceiros ao longo da sua jornada artistas como, Coldplay e Kendrick Lamar, a sua missão futura é fazer uma tour musical pela África que possibilitará a criação de diversos empregos a níveis técnicos e, consequentemente, gerar receitas económicas promissoras pelo caminho. A música não é um luxo, mas uma força que move a economia e as pessoas.
Na sua última mensagem aos espectadores, Michael relembra que a esperança é um verbo e, como tal, todos podemos e devemos tomar ação e fazer a nossa parte para a comunidade. Como um velho amigo seu cita “We said to yourselves we haven’t got much but we’re not running away, we’ll give it a go”.
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